Consultoria vê trigo preso entre incertezas globais
Mesmo assim, o preço médio permaneceu acima do registrado
Mesmo assim, o preço médio permaneceu acima do registrado - Foto: Agrolink
O mercado de trigo atravessou a semana em compasso lento, com variações curtas e sem direção definida, marcado pela expectativa em torno de novos dados que podem redefinir o movimento das cotações. A consultoria aponta que o setor acompanha a proximidade do relatório mensal do USDA, a retomada das estatísticas semanais e as atualizações sobre oferta na Argentina, na Austrália e na Rússia, fatores que ajudam a explicar o ambiente de incerteza e a oscilação dentro de uma faixa estreita de resistência e suporte.
Mesmo assim, o preço médio permaneceu acima do registrado no início do mês. Com o avanço do consumo após o fim da colheita nos Estados Unidos e na Rússia, o mercado passa a depender dos volumes do Hemisfério Sul, que serão concluídos em dezembro. Depois disso, o fluxo de oferta tende a diminuir até maio de 2026, abrindo um intervalo de entressafra que pode favorecer reajustes positivos, especialmente na CBOT, onde a consultoria considera oportuno posicionar ordens de compra.
No Brasil, o clima voltou a ser determinante. A combinação de chuvas intensas, granizo e ventos fortes provocou acamamento e reduziu ainda mais uma safra que já era menor. O longo prazo indica tendência de valorização, mas o curto prazo mantém preços comprimidos pela oferta ainda elevada. A expectativa é de estabilidade até meados de janeiro, quando os moinhos estiverem abastecidos. Para produtores que precisam vender para equilibrar custos, a recomendação técnica é reservar uma pequena parcela da receita para operar contratos em Chicago e tentar compensar perdas no físico.